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Apresentação da Temporada Taurina 2025 da Praça de Toiros do Sítio da Nazaré

João Moura Jr. proclamado Rei e Senhor da Ilha Terceira

Joaquim Brito Paes vence e convence na Monumental de Angra

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Joaquim Brito Paes vence e convence na Monumental de Angra

A Ilha Terceira ecoa o passo dos bravos e a alma do toiro dança com a das suas gentes… Angra do Heroísmo, a nobre sentinela do Atlântico, é o coração pulsante da tauromaquia por estes dias de Junho! As suas Sanjoaninas atraem milharem de aficionados que vivem, convivem e desfrutam de umas festas únicas em que o público abre o peito sem medo á emoção. A Festa dos toiros aqui é mais que tradição, é a identidade deste povo!
Hoje dia 21 de Junho dia do ano 25 a sua monumental praça de toiros registou uma enchente e quem lá foi deu a tarde por ganha!

Vários motivos de interesse e emoção se viveram esta tarde… uma homenagem mais que justa a um dos grandes da nossa Festa, Rui Salvador que foi homenageado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense e pelos aficionados presentes! Um cartel de jovens cavaleiros de dinastia que se desafiaram entre eles e em que não houve cá meias tintas e os “abraços” do costume… Seis toiros com muito interesse para os aficionados e competições acesas entre os rapazes das jaquetas das ramagens.

Pela porta do sustos saíram seis toiros de duas ganadarias da Ilha, José Albino Fernandes e João Gaspar dignos da Monumental da Terceira.

O primeiro um bonito e sério berrendo em negro, toiro a fazer lembrar estampas antigas… foi talvez o menos colaborante dos seis, com menos mobilidade mas com nobreza nas suas investidas e acometidas a capotes, cavalo e forcados, pertenceu a João Gaspar.

Em segundo lugar saiu outra estampa de toiro bravo, dava pelo nome de Corcita e foi de vacas… bravo onde os haja! Levava a fogo o ferro de José Albino Fernandes. Galopou, arrancou ao cite do cavaleiro com nobreza e raça. Teve durabilidade, casta e foi um sem fim de emoção para quem gosta deste animal único, que é o toiro bravo.

O terceiro também de José Albino Fernandes era um taco, teve raça, foi pronto, um toiro encastado e com teclas que tocar. Bom toiro!

Em quarto saiu possivelmente o menos bonito dos seis, mais despegado do chão e com menos entrega que os restantes irmãos. A sua saída foi mais fria mas veio a mais e proporcionou uma boa lide ao cavaleiro que o enfrentou.

Outra estampa de toiro saiu em quinto lugar, outro berrendo em negro de João Gaspar. Meteu bem a cara nos capotes, galopou, veio a mais durante lide, outro grande toiro.

Fechou a tarde, já noite outro bravo… teve raça e bravura o sexto de João Gaspar para dar e vender. Pronto, fixo, galopava com raça por detrás da montada e por diante vinha com tudo. Bravo!

João Pamplona abriu a Feira, a sua Feira, o cavaleiro terceirense teve uma tarde que recordará na sua carreira de cavaleiro. Diante do primeiro da tarde o João cravou um ferro em sorte de porta gaiola e rematou com toreria. O segundo ferro comprido teve boa nota mas o exuberante remate levantou as primeiras ovações fortes da tarde. Nos curtos lidou com inteligência, cravou ferros de boa nota, rematou os mesmo de bonitas e sentidas formas toureiras. Fechou a sua actuação com um palmito e foi ovacionado pela esta sua boa lide.

No quarto da tarde houve uma lide de saber por parte do João, lidou e “sovou” o toiro de forma inteligente… desenganando e metendo um toiro que não se mostrava claro de início. Cravou com desenvoltura os compridos, escolhendo os terrenos correctos. Nos curtos a lide veio a mais, houve grandes ferros, o quarto por exemplo foi excelente, remates toureios e um palmo para finalizar esta sua actuação.

Joaquim Brito Paes, triunfou forte esta tarde na primeira das Sanjoaninas. Foi um gosto ver este cavaleiro. O Joaquim entrou com a serenidade de quem nasceu e sabe de cavalos e toiros. O oponente negro, rasgava o ar com força. Bravo, vibrante, encastado de cara ou cruz! Mas do outro lado vinha a resposta: uma lide feita coragem, arte e compasso. Bem nos compridos e nos remates toureiros que imprimiu desde o início. Seguiram-se as sortes com alma, a música acompanhando cada passo e o público rendido a uma grande lide. Não foi apenas uma grande actuação do Joaquim foi um tributo à escola clássica portuguesa, onde a bravura anda de mãos dadas com a elegância, e o risco foi assumido com sorriso sereno. Na última sorte, o Joaquim ergueu a mão, olhou o toiro nos olhos e entregou a alma para rematar uma das suas grandes actuações ainda da sua “jovem carreira”.

No quinto da tarde houve novamente bons momentos de toureio por parte de Brito Paes. A primeira parte da lide desenrolou-se com correção. Sorte a sorte, remate a remate, as reuniões foram justas, as sortes limpas, toureou mais para o toiro do que para si… Houve momentos de ligação, bonitos momentos de brega um par de ferros de boa nota. Uma lide medida, clássica mas mais fria que a sua primeira.

Nem todas as tardes são de glória. Nem todas as lides se escrevem de palavra triunfo. Há dias em que a arena se torna pesada, em que o toiro impõe o seu mando e o toureiro, por mais entrega que tenha, não encontra o fio certo da lide. Foi o que aconteceu hoje a Tristão Ribeiro Telles… ele há dias assim! Foi uma dessas tardes…Daquelas em que o coração quer, mas as coisas não resultam. Parece que nada corre bem… os ferros não ficam cravados ou a sorte é falhada, que cada sorte parece ser mais esforço do que arte. O toureiro saiu com dignidade, com o respeito intacto, mas sua cara no fim da corrida era um poema… a sua expressão dizia tudo! Não por falta de vontade, mas porque o toureio é assim: frágil, imprevisível, profundamente humano.

Foi esta uma tarde de competição entre três grupos de forcados, Tertulia Tauromáquica Terceirense, Ramo Grande e La Mercês, onde o orgulho, a amizade e a rivalidade saudável se misturaram no mais puro espírito da festa.

Abriu a tarde João Silva… Hoje, não foi mais uma pega para este forcado…Hoje, foi a última. E isso pesa no peito, como pesa na história da sua vida. Bonito foi o seu último cite, a sua última reunião, com a alma dos grandes fechou-se á primeira tentativa pelo grupo da Tertúlia.

Para pegar o quarto da tarde saltou Tomás Costa que teve uma primeira tentativa dura, onde o toiro veio com raça e num derrote para baixo e depois para cima desfeiteou o forcado da cara. Mais umas quantas vezes o Tomás tentou resolver o problema que tinha por diante com raça mas o toiro, derrotava e tirava a cara. Foi dobrado por Heitor Dias que a sesgo resolveu á 6.ª tentativa.

Num violento derrote nas tábuas a quando estava a ser colocado para a pega de caras o segundo toiro partiu um corno e foi mandado para a volta… Pedro Pereira e Delcio Gomes tiveram a ingrata situação de tentar resolver este momento desagradável… tentaram uma vez mas o toiro já não tinha condições de ser pegado e para o bem da festa a direção de corrida decidiu mandar recolher o toiro.

Gonçalo Batista do Amadores do Ramo Grande á quarta tentativa. Na primeira tentativa o forcado esteve decidido e com alma de lhe ficar na cara mas num derrote saiu.. nas duas seguintes o toiro investiu bruto e sem humilhar no momento da sorte.

Antonio Melo pelo Grupo de Lá Merced esteve bem a marcar todos os tempos da pega, fechando-se á primeira tentativa.

Fechou a tarde João Victoriano num pegão á primeira tentativa.

Havia dois troféus em disputa melhor lide e melhor pega, sendo os jurado um representante de cada cavaleiro e um representante de cada grupo de forcados respectivamente.

Foi entregue a Joaquim Brito Paes pelo excelentíssimo presidente da câmara de Angra do Heroísmo o troféu da melhor lide.

O séquito real das Sanjoaninas entregou a João Victoriano o troféu para melhor pega.

No inicio da corrida foi guardo um minuto de silêncio em memória do antigo cavaleiro João Miranda.

Dirigiu a corrida Leandro Pires, sendo o médico veterinário José Paulo Lima.

Texto:  Miguel Ortega  

25/06/2025



Apresentação da Temporada Taurina 2025 da Praça de Toiros do Sítio da Nazaré

João Moura Jr. proclamado Rei e Senhor da Ilha Terceira