1ª Jornada (Dia 24) IV Fórum Mundial da Cultura Taurina
Comunicado sobre os trabalhos do primeiro dia do IV Fórum Mundial da Cultura Taurina, na Ilha Terceira, que contou com a presença do Sr. Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, em representação do Governo dos Açores, além do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Angra, Álamo Meneses e da Sra. Presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Vânia Ferreira, assim como do Veterinário Julio Fernandez e dos ganaderos Joaquim Grave (ganaderia Murteira Grave), Javier Núñez (Ganaderia La Palmosilla), Verónica Gutierrez (Ganaderia San Pelayo) e Miguel Angel Perera (toureiro e ganadero de Alqueva).
A união entre a tauromaquia e o toiro do futuro em debate na primeira jornada do Fórum
Mundial da Cultura Taurina
A união entre todos os países taurinos em defesa da tauromaquia, o toiro do futuro e o novo
design dos utensílios da lide foram os temas debatidos na primeira jornada do IV Fórum
Mundial da Cultura Taurina, que decorre na Ilha Terceira, nos Açores.
A sessão, realizada integralmente no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo,
no local onde antes existia a antiga praça de toiros da capital terceirense, começou com uma
conferência do arquiteto José Parreira, que refletiu profundamente sobre o contexto social em
que se insere atualmente a festa dos toiros.
Seguidamente, foi a vez das autoridades patrocinadoras do evento tomarem a palavra. Os
presidentes das câmaras de Angra do Heroísmo e da Praia da Vitória, Álamo Meneses e Vânia
Ferreira, juntamente com o Secretário Regional da Agricultura e Alimentação do Governo dos
Açores, António Ventura, em representação do Presidente do Governo Regional dos Açores,
destacaram a importância cultural e económica da tauromaquia nesta região, sublinhando
também o seu profundo enraizamento popular, que impõe aos políticos a responsabilidade de
preservar os seus valores.
Após a abertura oficial, os representantes das entidades de defesa da tauromaquia de oito
países taurinos debateram, sob a moderação do jornalista Maurício Vale, a necessária unidade
dos estamentos taurinos mundiais para “dar uma resposta global aos ataques globalistas
contra esta cultura”, como afirmou François Zumbiehl, do Observatório das Culturas Taurinas
de França.
Na mesma linha, Salvador Arias, da Tauromaquia Mexicana; Francisco Macedo, da Protoiro;
Manolo Zapata, da Associação Venezuelana de Tauromaquia; Gonzalo Sanz de Santamaría, da
Corporación Libertad Cultural da Colômbia; Juan Carlos Solines, da União de Espetáculos
Taurinos do Equador e Pablo Gómez de Barbieri, da Associação Cultural Taurina do Peru,
defenderam que essa união deve reivindicar a diversidade cultural protegida pela UNESCO.
Por outro lado, Borja Cardelús, da Fundação do Touro de Lídia, de Espanha, apontou que essa
união “é hoje mais desejável do que possível”, uma vez que para alcançá-la é necessária uma
força maior capaz de contrariar os 800 milhões de euros anuais que, segundo ele, as
associações animalistas internacionais investem em campanhas contra a tauromaquia.
A sessão da tarde iniciou-se com uma exposição do veterinário Julio Fernández, que
demonstrou, através de estudos científicos extensos sobre a fisiologia do toiro bravo, que este
animal apresenta um equilíbrio neuro-hormonal notável durante a lide, permitindo-lhe
superar a dor, bloquear o stress e intensificar a sua agressividade, descartando qualquer
possibilidade de sofrimento.
Posteriormente, num vídeo esclarecedor, foram apresentadas as provas de novos utensílios de
lide, desenvolvidos por Fernández em conjunto com o matador retirado Manolo Sales. Estes
novos equipamentos, como puyas, estoques, descabellos e bandarilhas, visam, nos próximos
anos, melhorar a eficácia das sortes e a segurança dos profissionais, mantendo a autenticidade
do espetáculo.
A mesa-redonda que encerrou a jornada centrou-se no tema do “toiro do futuro”, com a
moderação do jornalista Paco Aguado e a participação dos ganaderos Joaquim Grave, Javier
Núñez, Verónica Gutiérrez e do matador de toiros Miguel Ángel Perera. Grave afirmou que “o
toiro do futuro já está no campo”, uma opinião partilhada pelos demais participantes, que
destacaram o trabalho realizado pelos ganaderos nas últimas duas décadas. Segundo eles, foi
possível criar “um toiro mais completo e bravo do que nunca”, definindo a bravura como uma
entrega total aos enganos, resultado de melhorias genéticas específicas na morfologia e no
comportamento do animal.
Todos os eventos do Fórum, que continuam hoje no Auditório do Ramo Grande, na Praia da
Vitória, podem ser acompanhados através do Instagram no perfil:
Vídeo do primeiro dia https://we.tl/t-2y4WUx1kSU
Fotos do primeiro dia em anexo.
25/10/2015
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