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OS TOIROS PASSANHAS PARA A CORRIDA DA RIVALIDADE E COMPETIÇÂO

PERSONAGENS da FESTA - CAMPO PEQUENO

RUI SALVADOR, A GRANDE RESERVA DE UMA GRANDE CASTA; MIGUEL MOURA COM O MELHOR FERRO DA NOITE

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RUI SALVADOR, A GRANDE RESERVA DE UMA GRANDE CASTA; MIGUEL MOURA COM O MELHOR FERRO DA NOITE

Praça de Toiros do Campo Pequeno – 04/08/22 – Corrida de Toiros

Ganadaria: Vinhas

Cavaleiros: Rui Salvador, Manuel Telles Bastos, Emiliano Gamero (confirmação de alternativa), Andrés Romero, Miguel Moura, António Prates

Forcados Amadores da Moita, Arronches e Académicos de Elvas

Director: João Cantinho – Veterinário: Jorge Moreira da Silva – Lotação: 65%

Como escrevi sobre a corrida de abertura da temporada 2022 na Nazaré, não se pode esperar muita ou alguma homogeneidade quando há tanta heterogeneidade quer no cartel quer, e essencialmente, no público. Seis cavaleiros, dois deles vindos de países bem distintos, México e Espanha, seis estilos, diversas as formas de interpretar o toureio ajudam  a que não haja monotonia e possa haver maior competição pois apenas lidam um toiro. Ou seja, nesse toiro todos têm de dar o seu melhor.

E por falar em dar o sue melhor, em lidar com raça, com entrega total num afã constante de superação apesar dos quase 38 anos de alternativa, pisando terrenos de enorme compromisso agora montando um extraordinário cavalo de nome “Hornazo”, Rui Salvador foi o claro triunfador da corrida mostrando que, como nos grandes vinhos, as grandes castas fazem as grandes reservas. E Rui voltou a mostrar a todos que quer e pode, que lida como poucos e cravou ferros de enorme valia tal como a brega poderosa que imprimiu na lide a um bom toiro de Vinhas. Foi uma actuação valorosa, de enorme mérito e a chegar ao grande público.

Abriu praça o mexicano Emiliano Gamero que teve um emotivo e significativo brinde e depois ainda brindou o seu compatriota Joselito Adame que assistiu com a família à corrida. Não foi a actuação sonhada pois houve alguns toques mas cumpriu o seu sonho com uma lide em que até cravou dois curtos de boa nota e que escutou música no momento em que se apeou na arena e já depois do último ferro cravado. O seu toiro teve mobilidade e cumpriu.

Em terceiro lugar actuou Manuel Telles Bastos com um toiro manso e que criou bastas dificuldades. De muito mérito o segundo comprido e no início da série de curtos foi colhido com algum aparato mas voltou e cravou um bom ferro curto numa actuação morna.

Para lidar o quarto da ordem, manso e a adiantar-se por vezes, saiu à arena o rejoneador Andrés Romero. Uma actuação de altos e baixos, com dois curtos muito bons no final, mostrando o seu toureio e elegendo bem os terrenos frente a um toiro que não tinha muitas opções.

Miguel Moura é todo um caso de rara intuição e toureiria. A forma como abordou a sorte de gaiola, excepcional, com que recebeu o quinto da noite, um toiro bravote e com boas condições de lide, deveria ter merecido música de imediato pois o segundo comprido também foi de nível e bem elevado o da brega e dos remates. Optou pelo toureio com batidas mais ou menos pronunciadas ao pitón contrário e deixou bons ferros rematando a sua lide com um de palmo.

Para António Prates saiu um toiro que teve alguma qualidade e que lhe permitiu uma das melhores lides das que lhe vi e já foram umas quantas. Prates esteve bem a lidar e muito bem a cravar a ferragem, com destaque para os curtos e onde os três últimos foram de grande nível.

Para pegarem os seis Vinhas, estiveram em praça os Grupos de Forcados Amadores da Moita, Arronches e Académicos de Elvas e que disputaram o prémio para a melhor pega, sendo o júri constituído pelos cabos dos 3 agrupamentos. Pelos Amadores da Moita abriu praça David Solo que consumou com galhardia e uma grande prestação do 1º ajuda ao segundo intento e mostrando a sua garra e resiliência Fábio Silva consumou à 5ª tentativa. Por Arronches foram caras Luís Marques â 4ª e a sesgo, e Rafael Pimenta numa consumação heroica à2ª suportando violentos derrotes. Finalmente, pelos Académicos de Elvas pegaram Paulo Maurício numa rija cara à 2ª e Gonçalo Machado numa boa pega ao primeiro intento e que viria a conquistar o troféu em disputa.

Os toiros de Vinhas, com peso, nem todos com trapio, tiveram, como acima referimos, condições de lide diversas destacando o 1º e o 5º pelas suas qualidades. O ganadeiro deu volta no último…

Não tenho por hábito fazer grandes comentários às direcções de corrida e não o farei agora, mas não posso deixar de manifestar que achei que a direcção de João Cantinho passou um pouco ao lado dos acontecimentos. Enfim, tal como os toureiros nem sempre as coisas saem como se quer. Foi coadjuvado pelo veterinário Jorge Moreira da Silva.

Texto:  António Lúcio


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