DINASTIA CORTES RECONQUISTA ESTREMOZ
FRANCISCO CORTES UM SENHOR TOUREIRO
Eram cinco e meia da tarde do passado sábado, quando Francisco Cortes regressou a praça da sua terra. Entre lamentáveis episódios de uma guerra surda o último da dinastia Cortes comemorou condignamente os seus 20 anos de alternativa com duas lides a provarem ter arte e oficio para ocupar um lugar destacado entre o atual naipe de toureiros portugueses.
Diz o proverbio popular que “ o homem quer (neste caso não queria) mas Deus dispõem” e a assim foi no passado sábado em Estremoz.
Francisco Cortes esteve extraordinário no seu primeiro um Ascensão Vaz de nota alta que acusou na balança 555 Kg. Touro sério de bonita estampa ao qual Cortes executou uma “lide difícil com uma aparenta e extraordinária facilidade”. Bem montado com quadra afinadíssima o ginete de Estremoz abriu o livro em brega num palmo de terrenos nos cumpridos para depois nos curtos em cites toureiros e em curto galvanizar o público da sua terra, que deste o primeiro momento esteve com o “seu menino”.
Mas seria no último da função, um Canas Vigouroux com 500 Kg, de bonita estampa mas algo distraído que Cortes mostrou que está um senhor toureiro e merece outro trato por parte das empresas. Touro a pedir contas e perante o qual Francisco esteve em toureiro quer nos terrenos que pisou quer na maneira inteligente como procurou os terrenos adequados. Cumpridos de nota alta para depois encher a praça com curtos de praça a praça e lide rematada com dois de palmo por terrenos de dentro. Praça de pé e em alvoroço.
Abriu praça o maestro João Moura perante o exemplar mais pequeno da tarde, um Prudêncio com 445 Kg, bravo e com mobilidade o que permitiu a cavaleiro de Monforte estar em toureiro quer na brega quer na cravagem. Moura é sempre Moura e só assim foi possível dar a volta ao seu oponente.
O seu segundo de ferro Romão Tenório com 580 kg, manso e reservado desde o princípio não colaborou com Moura. Lide regular onde a sabedoria de João tapou as carências do seu oponente.
António Ribeiro Telles esteve em toureiro toda a tarde, quer frente ao Cunhal Patrício com 540 Kg quer perante o exemplar de Torre de Onofre, com 560 Kg, o mais bravo da corrida. Sério e encastado proporcionou uma lide extraordinária onde todos os habituais itens da Faculdade da Torrinha estiveram presentes. Houve toureio á moda antiga.
Tarde foi também de muita emoção e carinho. Francisco Cortes brindou,visivelmente emocionado, o seu primeiro a toda a sua família e o seu segundo ao seu apoderado Francisco Canto. João Moura e António Telles brindaram ao Mestre José Maldonado Cortes.
Tarde de grandes pegas pelos Amadores de Santarém e Amadores de Alcochete. Pelos Escalabitanos foram caras Francisco Graciosa e Ricardo Moura Tavares. David Romão e Luís Assis recriaram a vistosa pega de cernelha, momento que se aplaude pois provavelmente para os mais novos foi a primeira vês que assistiram a esta modalidade da arte de pegar touros.
Pelos Amadores de Alcochete foram caras, João Pedro Sousa – a pega da tarde – Gonçalo Catalão e Lourenço Barbosa.
No passado sábado os Estremocenses que preencheram em ¾ a lotação da sua praça, estiveram com a dinastia Cortes e ambos reconquistaram a sua carismática praça de toiros.
J.Salvador