ALA-ARRIBA JOÃO MOURA JUNIOR
Nazaré 8 de Agosto de 2015 22H00
A expressão Ala-Arriba era usada quando os habitantes tiravam os barcos do mar, à força de braços, para os pôr a seco na praia. Este hábito comunitário foi pouco a pouco desaparecendo com a chegada dos portos de abrigo e lotas devidamente apetrechadas. Era um grito de guerra, de força conjunta e do querer.
Ontem na noturna da Nazaré gritou-se Ala-Arriba as duas lides de João Moura Jr.
O jovem cavaleiro de Monforte apresenta-se esta temporada e principalmente na noturna de ontem no Sitio da Nazaré, maduro, confiante e principalmente bastante moralizado, quanto sereno.
Com base numa quadra de alto nível João rubricou duas lides distintas mas ambas cheias de “toreria” quer nos terrenos pisados, quer na brega e principalmente em vários recortes repletos de pura arte.
Quer nos cumpridos quer nos curtos em ambos os toiros João equilibrou as suas lides sempre de menos a mais terminado com ferros de palmo de galvanizar o público presente.
A meio da temporada é desde já um dos grandes triunfadores.
A António Telles coube-lhe a cara e cruz da corrida. O seu primeiro que saiu a “comer tudo e todos” António esteve sereno numa lide de menos a mais com especial relevância para a cravagem curta.
O seu segundo – quarto da corrida - desde o primeiro momento evidenciou claros problemas de visão que dificultaram a lide ao Maestro da Torrinha, mas que mesmo assim contornou as dificuldades com saber e gosto toureiro.
O terceiro ginete da noite era Tito Semedo cavaleiro ao qual se nota uma evolução quer na brega quer na colocação da ferragem. Em cada lide – do segundo e quinto da ordem – o cavaleiro Alentejo tentou agradar ao público presente recebendo a porta da gaiola – no segundo da noite - quer em batidas acentuadas ao piton contrario no quinto .No final ferros de adorno que aqueceram o ambiente na gélida noite Nazarena.
Noite de dificuldades para os Forcados Amadores de Lisboa e Portalegre.
Pelos de Lisboa foram caras Eurico Nogueira, Duarte Mira e João Luz.
Pelo Grupo Alentejano, Alexandre Malta, António Cary e Ricardo Almeida depois de dobrar o colega André Neves.
O curro enviado pelo ganadeiro Francisco Romão Tenório estava bem apresentado com uma média de peso de 527 Kg e cumpriram na sua generalidade – excepto o quarto da noite – evidenciando raça, nobreza e força. Alguns a pedirem “muleta” na cara. Justificada volta a arena para o ganadeiro no quinto da função.
Em noite fria a praça apresentava a sua lotação preenchida em meia casa forte.
J.Salvador